Atualmente uma das palavras que mais ouvimos é empatia que envolve três componentes: o afetivo, o cognitivo e o regulador das emoções. É um exercício afetivo e cognitivo de procurar interagir, percebendo a situação vivida pela outra pessoa (na primeira pessoa do singular), além da própria situação. No caso da tradução e dos seus profissionais, a empatia é fundamental, já que a sua falta pode representar a grande diferença entre um trabalho final de boa ou de excelente qualidade para o cliente que o solicitou.
Se é certo que, como profissionais, todos devemos saber gerir o nosso fluxo de trabalho de forma a conseguir atingir um bom equilíbrio entre a nossa vida profissional, pessoal e familiar, também é verdade que os nossos clientes não devem esquecer que os profissionais que lhes prestam os serviços de tradução, tal como todos os outros, precisam da sua ajuda para que essa gestão da vida profissional, pessoal e familiar, dos momentos de descanso e de convívio com quem nos rodeia não interfira, mesmo que indiretamente, com a prestação profissional que nos exige. Uma empresa, por maior ou mais pequena que seja, deve pensar no fator humano e entender que todos os profissionais que a rodeiam e participam no seu negócio, direta ou indiretamente, devem ter horários de trabalho estabelecidos e que não podem estar disponíveis todos os dias a todas as horas.
Da mesma forma, e também para que esse equilíbrio seja conseguido, um cliente deve preparar com antecedência todos os pedidos de tradução que vai pretender contratar, fazendo-os acompanhar sempre de instruções exatas, materiais de apoio e de consulta e, sempre que possível, por um ponto de contacto a quem o profissional possa recorrer diretamente para esclarecimento de dúvidas ou outras questões relativas ao trabalho que tem em mãos.
Se de alguma forma o cliente “prejudica”, mesmo que inadvertidamente, o profissional e a sua capacidade de produção, colocando frequentemente à prova esse equilíbrio entre o pessoal e o profissional e, se o trabalho acaba não correr como esperado, este “fracasso” acaba por deixar marcas nas relações pessoais, profissionais e emocionais do profissional que acaba por sentir que não conseguiu estar completamente presente em todas as vertentes necessárias para o bom desfecho do trabalho pedido. Assim, e cada vez mais, devemos olhar uns pelos outros e, neste caso, a solução passa sempre por um calendário de trabalho definido com antecedência, ainda que com possíveis alterações, e por uma comunicação intensa entre profissional de tradução e o cliente, pois é importante que as pessoas consigam dialogar e negociar prazos para evitar constrangimentos e possíveis falhas de entrega ou de qualidade no produto final.
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