Cada vez mais, o mercado exige uma maior proximidade com o público-alvo e a sua cultura. Isso promove não só uma maior ligação entre produto e consumidor, mas também cria novos conceitos e pontes entre diferentes ambientes e culturas. No campo da tradução, essa ponte faz-se através da transcriação ou do marketing transcultural.
Mais adaptada à publicidade e ao marketing, a transcriação é um processo criativo de transposição e tradução de uma cultura e de uma mensagem. Em vez de traduzirmos um conteúdo publicitário “à letra”, a transcriação permite a criação de um conteúdo mais ligado ao público-alvo, à sua cultura, aos seus hábitos e linguagem. O desafio para o tradutor é ser mais criativo e despertar o interesse dos consumidores de uma forma original. Se uma empresa quer passar uma campanha do país de origem para um ou mais países diferentes, deve optar por fazer uma transcriação do conteúdo, adaptando essa campanha a mercados diferentes, com estilos e hábitos diferentes.
Já o marketing transcultural tem em conta as diversas culturas que possam existir num determinado país. Podemos ver nos grandes centros urbanos a junção de várias identidades sociais e cada uma delas é tida em conta nas estratégias e métodos usados pelo marketing transcultural. O objetivo principal é criar uma oferta de valor e uma relação próxima com o consumidor a longo prazo, captando a essência de cada identidade, seja ela cultural, étnica, de género ou idade.
Tanto a transcriação como o marketing transcultural exigem uma maior criatividade e trabalho de equipa entre tradutores e marketeers, já que os dois têm um papel essencial na adaptação de um produto ou marca a uma determinada cultura. Cabem a eles unir esforços para criar a ligação desejada ao consumidor final.
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