Entende-se por língua franca, a língua utilizada para comunicação entre duas ou mais pessoas num contexto multilíngue, que é geralmente diferente da língua materna dos intervenientes. Ao longo dos anos, várias têm sido as línguas que foram sendo consideradas nesta categoria e que permitiram a comunicação entre povos de várias origens, como, por exemplo, o egípcio entre 3000 a.C. e 500 a.C.; o latim que atravessa toda a Idade Média e é utilizado no meio académico e científico praticamente até ao século XIX; passando pelo português que teve esse papel em África e na Ásia, na época áurea dos descobrimentos; pelo francês que ocupou essa posição na área da diplomacia na Europa, desde o século XVII até há algumas décadas; até chegarmos ao inglês, que desempenha agora essas funções no mundo empresarial e diplomático.
Atualmente, falar e escrever inglês passou a ser um requisito obrigatório em várias funções, especialmente em empresas que trabalham com mercados externos para possibilitar a apresentação de produtos, a comunicação em reuniões e eventos, a negociação e eventual contratualização. Olhando para a língua como plataforma de entendimento que coloca muitas vezes intervenientes não nativos dos dois lados, é muito provável que se verifiquem limites ou condicionantes à comunicação, quer sejam decorrentes de um nível desigual de conhecimento da língua, ou das próprias subtilezas da língua. Talvez por isso, hoje em dia, e não perdendo de vista a facilitação da comunicação, crescem os defensores do “globish” (Global English) ou inglês internacional, que é uma vertente simplificada e concentrada do idioma e que permite uma comunicação básica no mundo empresarial.
Mesmo assim, estou certa de que se questionássemos as pessoas que recorrem à utilização de uma língua franca para conseguirem comunicar, relativamente ao seu nível de conforto com a mesma em comparação com as respetivas línguas maternas, certamente que obteríamos respostas que iriam refletir a preferência pela língua materna, porque com ela temos acesso a recursos singulares que nos permitem exprimir com mais precisão.
Deixo uma ideia aos responsáveis de empresas: porque não ponderar a ideia de utilizar serviços de interpretação profissionais que proporcionam ganhos em termos de qualidade na comunicação e conveniência para todas as partes?
imagem: Logótipo Rolling Stones
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