Estamos no final de 2021, mas o ritmo da nossa vida, tanto pessoal como profissional, ainda está a recuperar. O receio e a incerteza ainda pairam no ar, e isso é visível em medidas que vão sendo ditadas pelos governos, ora de desconfinamento e regresso à rotina “normal”; ora de confinamento e de novas precauções. No meio de tudo isto, a indústria da tradução assistiu a alguns fenómenos, sendo o principal uma maior demanda a nível tecnológico por soluções para tradutores e intérpretes e uma maior passagem para o mundo digital por parte das empresas.
Não podemos dizer que o confinamento tenha trazido alguma novidade para a vida dos tradutores, pois uma grande parte já trabalhava como freelancer a partir de casa, mas a grande mudança que esta pandemia trouxe foi uma procura por soluções digitais para que o seu trabalho continuasse a ser produtivo e procurado. No caso dos intérpretes, essas soluções tornaram-se essenciais para que não ficassem sem poder trabalhar, sem perspetivas de futuro e para que as empresas e os organismos pudesse, continuar a operar da forma mais normal possível. Todos os setores que recorrem a serviços de interpretação precisaram de se atualizar e inovar, como foi o caso das atividades judiciais.
Assistimos ao aparecimento de inúmeras plataformas que ajudaram tradutores e clientes a reunirem-se, a trabalharem nos seus projetos de tradução, que transformaram as conferências presenciais em virtuais, o que permitiu uma maior proximidade entre a comunidade de tradutores e da comunidade empresarial. Houve um grande esforço por parte de empresas, associações e instituições para que o mercado não ficasse parado e para que as condições já existentes para os tradutores e a sua experiência no trabalho remoto fossem aproveitadas e levadas até um outro patamar.
Isso não só ajudou os tradutores a manterem o seu ritmo de trabalho, como ajudou as empresas a entenderem que podem ter um aliado no mundo digital e que isso não significa um abrandamento dos negócios, pelo contrário, pode significar uma renovação e uma reinvenção de uma marca ou de um projeto, por exemplo. Também assistimos à fusão de várias empresas e a uma maior visibilidade de algumas áreas, como a área audiovisual, pois a procura por conteúdos digitais tornou-se acentuada neste período. O público tornou-se mais exigente e, por conseguinte, as empresas têm procurado responder com inovação tecnológica e com um acompanhamento mais atento dos seus colaboradores, dando atenção à saúde mental e ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
De um modo geral, e apesar da distância física a que a pandemia nos obrigou durante 2020, empresas e tradutores ficaram mais próximos e conseguiram remar em conjunto para a estabilidade dos seus negócios. A era digital já estava presente na vida de quase todos e os que ainda não se tinham rendido a essa evidência tiveram de perceber que o caminho passa por esse mundo virtual, pelo menos, enquanto o mundo real não estiver e se sentir seguro para um contacto mais próximo.
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