OS VALORES ÉTICOS DE UM TRADUTOR

Janeiro 6, 2021
Maria Joaquina Marques

Todo o profissional se deve guiar por valores éticos, deontológicos e morais que o fará seguir um conjunto de normas, regras e diretrizes já estipuladas e de senso comum.

O tradutor também deve fazer o mesmo e regular as suas práticas por estes mesmos valores éticos. Na apresentação dos seus serviços, ou durante a avaliação de um potencial projeto, o tradutor deve ver se cumpre todos os requisitos pedidos, se se rege por regras já estipuladas ou se há alguma razão de consciência para não aceitar determinado serviço. Por exemplo, se o cliente procura um tradutor ou uma agência que forneça serviços da língua X para a língua Y, os tradutores que não trabalhem com esses pares não devem apresentar os seus serviços, a menos que subcontratem um colega que trabalhe com esses pares de línguas com o conhecimento do cliente, obviamente. A apresentação de um serviço contrariando estas condições, não só demonstra falta de profissionalismo, como é uma quebra nos valores éticos do tradutor, pois está a fazer crer que sabe e domina algo que está completamente fora do seu alcance. Da mesma forma, uma agência não deve estipular regras ou condições absurdas para o cliente ou para o tradutor só para conseguir um negócio. A sua reputação ficará marcada pela negativa.

São casos destes que dão uma imagem pobre à tradução e ao tradutor, fazendo com que o mundo ache que é um “biscate” e que basta saber uma língua para traduzir a mesma, pois as ferramentas automáticas fazem o resto do serviço. Se é o próprio tradutor ou agência a perpetuar esta ideia, que valores fazem valer à profissão? Qual será o seu futuro? Nem tudo pode servir para ganhar dinheiro, e os valores éticos e deontológicos de uma classe profissional servem precisamente para definir regras e criar uma imagem sólida desses profissionais. Quem quebra esses valores ou essas regras deve sofrer as consequências, pois coloca em causa o trabalho árduo de quem luta por uma carreira e uma vida dignas.

Não se deve usar o associativismo ou os grupos nas redes sociais, por exemplo, como escudo para ações menos dignas e de valores pouco nobres.

Ainda assim, é igualmente verdade que assistimos a grupos de profissionais que se têm unido para fazer valer o bom nome de uma profissão indissociável de boa comunicação global.