Muitos podem pensar que o gaming, a tradução e a acessibilidade não têm nada em comum, mas são três disciplinas que se interligam e podem criar magia, quando bem executadas. Qualquer videojogo que seja originário de um país com uma língua diferente dos países onde será comercializado deve ser localizado, isto é, a sua tradução deve ser realizada tendo em conta o público, a cultura e a língua a que se destina.
Essa tradução deve ser feita por profissionais com experiência em localizar/traduzir videojogos, pois é uma área um pouco diferente da área técnica, por exemplo. Ainda que não seja um elemento obrigatório, o gosto e a prática de jogar podem ser importantes, uma vez que já se conhece os termos mais usados ou as expressões mais adequadas em determinado contexto. Aquando da tradução de videojogos, o cliente deve dar todas as informações possíveis ao tradutor, pois, por vezes, este não tem um acesso imediato ao jogo e fica apenas com o briefing do cliente para se orientar. Mais tarde, poderá ter acesso ao jogo para uma revisão do mesmo, mas é sempre melhor definir regras e fornecer todos os materiais possíveis logo no início do projeto.
Atualmente, e estando o mundo do gaming a crescer consideravelmente, apostar só na tradução pode não ser o suficiente para se conquistar novos mercados e clientes. É cada vez mais importante apostar na acessibilidade desses mesmos videojogos. Além de haver a necessidade de localizar um jogo, é igualmente vantajoso ter em consideração a acessibilidade do mesmo, ou seja, permitir que esse jogo possa ser jogado por cegos ou surdos, por exemplo. A tradução audiovisual entra assim neste âmbito, providenciado uma localização/tradução que possa envolver todos os jogadores no ambiente que o jogo quer recriar. A acessibilidade passa não só por ter legendas, mas também por ser possível remapear os controlos, haver uma conceção inclusiva já no design do jogo e disponibilizar recursos e opções que abranjam, por exemplo, a motricidade fina, audição e cegueira.
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