É sabido que a tradução escrita é a mais conhecida do público geral, nomeadamente a tradução de manuais ou de livros. Mas será que a tradução se resume a isso? A resposta é um redondo NÃO.
A tradução tem várias modalidades, vários “braços”, e o cliente deve conseguir reconhecê-las para também saber que serviço contratar. Na área escrita, a tradução pode dividir-se em tradução técnica, cujas áreas podem ir desde um documento legal a um manual de manutenção, e em tradução literária, que passa não só pela tradução de livros como também pela tradução de peças de teatro, por exemplo.
Por outro lado, temos a interpretação que é muito diferente da tradução escrita e que muitas vezes é confundida pelos clientes que precisam de um intérprete mas procuram um tradutor. Ora o papel do intérprete é transmitir a mensagem de uma pessoa ou grupo de pessoas para o recetor de forma oral. Pode estar numa cabine, pode estar ao lado da pessoa, mas o seu papel é interpretar e passar a mensagem oralmente, seja numa conferência ou numa visita a uma empresa. Uma outra diferença para o mundo da tradução escrita está na tarifa cobrada, que não se remete ao número de palavras ou páginas, mas sim às horas, ao dia e às despesas inerentes ao serviço, como deslocações, almoços, etc.
Para além destes dois “braços”, a tradução também se divide em tradução audiovisual, que engloba a legendagem, a tradução para surdos e a dobragem, entre outros serviços que recaem nesta categoria, como por exemplo, a transcrição. Neste caso, o cliente deve saber que o tradutor pode e deve usar ferramentas adequadas e que diferem daquelas usadas por um tradutor da área técnica. As tarifas aqui também costumam ser cobradas de forma diferente, sendo a mais usual ao minuto (isto no caso da legendagem). Para um trabalho eficiente, é preciso que tanto o cliente como o tradutor usem materiais de boa qualidade e façam valer os seus conhecimentos ao longo de um projeto. Se um vídeo ou um áudio tiver má qualidade, o tradutor precisará de mais tempo para fazer um bom trabalho e isso acarretará um custo extra para o cliente. Por isso, se o cliente conseguir produzir material com qualidade, gastará menos no fim do projeto.
Estes são alguns exemplos mais evidentes das diversas áreas da tradução, que devem ser distinguidas e dadas o devido valor, não só pelo cliente com pelo público em geral, pois cada uma tem os seus desafios, as suas especificidades e exige conhecimentos e ferramentas adequadas. Não vejamos a tradução como um mero “biscate”, pois como demonstrei com este artigo, é uma área que está presente em vários setores de negócio e tem uma importância enorme nos mesmos.
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